Muito se ouve falar sobre as gerações Baby Boomers, X, Y (Millennials) e Z. O que tem a ver Geração Covid com isso?
Entender as características de cada uma delas, que se diferenciam não apenas pela idade, mas pelo comportamento acrescido do contexto onde essas pessoas cresceram e desenvolveram suas maneiras de fazer as coisas, é super importante na hora de determinar a forma como sua marca vai se comunicar com o público e converter comunicação em venda de produtos e serviços.
Com as últimas e rápidas transformações que o mundo vem passando, além desses comportamentos terem sofrido pequenas alterações, uma nova geração desponta e já pode começar a ser observada, já que ela deve se tornar o público da sua empresa daqui alguns anos – geração C (Covid).
Essas são as crianças que ficaram confinadas ou, mais ainda, que já nasceram com a pandemia. O termo começou a surgir em notícias logo no início do contágio no mundo e, hoje, acredita-se que a pergunta não é mais “se” o coronavírus vai impactar a vida futura dos pequenos, porém “como” isso vai acontecer. De acordo com entrevista a CNN de Haim Israel, chefe de investimentos temáticos do BofA Global Research, pode-se considerar parte dessa nova geração todo mundo que tiver nascido entre 2016 e meados de 2030.
Alguns sinais já podem ser vistos em bebês, que se desenvolvem particularmente rápido nos primeiros meses de vida. Por estarem mais tempo dentro de casa, essas crianças podem ter sido muito mais estimuladas por aparelhos televisivos e dispositivos móveis (celulares, tablets, etc). Além disso, são crianças que já entendem que esses aparatos permitem a comunicação por vídeo a qualquer hora. A tela e as redes sociais são muito familiares a elas.
Vídeos engraçados que circulam pela internet já mostram que esses pequenos também entendem o uso da máscara e do álcool em gel – muitos ficam tentando desinfetar as mãos em objetos que se parecem com aquelas pequenas caixinhas espalhadas pelos locais públicos com os produtos para as mãos.
As consequências reais do comportamento ainda são perguntas sem respostas: essas crianças serão antissociais? Serão transformadas em seres humanos que suportam melhor situações de estresse? Por outro lado, trarão em sua essência as vantagens de terem estado mais amparadas pelo núcleo familiar nos primeiros meses de vida? Quais serão os impactos de frustração que vão ficar naquelas crianças que já tinham uma vida social e, de repente, precisaram ficar isoladas? O excessivo estado de alerta por medo de ficar doente vai impactá-las de que maneira?
É importante ainda levar em consideração que o impacto pode ser diferente de acordo com a classe social e outros fatores de diversidade – pode-se levar em consideração, por exemplo, a diferença entre uma criança com ajuda escolar dos pais trabalhando em casa e outra que, mesmo com a pandemia, fica sozinha no lar enquanto os pais são obrigados a trabalhar fora. Esse segundo personagem pode, ainda, ter o agravante de uma internet ruim e a falta de um dispositivo apto a aulas online (muitos acabam conseguindo acessar os estudos apenas pelo celular, por exemplo, e sem wi-fi).
Por outro lado, serão adolescentes e adultos habituados com as vivências virtuais, o que pode mudar as relações de trabalho, amorosas e sociais. Já existem perspectivas pré-pandemia do fim do smartphone para o uso intenso de realidade virtual e informações digitais acopladas de outras maneiras. É possível que a geração Covid tenha muito mais facilidade em lidar com essas mudanças, já que têm vidas online desde que nasceram ou de que eram muito pequenos. Em suma, serão consumidores que vão acompanhar com facilidade os avanços tecnológicos e devem trazer novas necessidades para o desenvolvimento rápido do setor.
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