Não há dúvida no quanto os serviços de streaming aumentaram muito seus números durante a pandemia. Certamente, aumentou o tempo dispensado na frente da televisão e, consequentemente, a dedicação diária a plataformas de streaming. Confira aqui um estudo realizado pelo QualiBest em 2021 que mostra uma reviravolta nos números: 66% dos entrevistados pagam por serviços como o Netflix ou o Amazon Prime, por exemplo, enquanto 40% afirmam ter canais à cabo à disposição em casa.
Isso reforça um aspecto interessante da pesquisa, que aponta uma migração da TV tradicional para o universo digital, o que se tornou um desafio para os canais regionais. O site Uol fez uma análise aprofundada sobre o assunto. Confira!
Apesar de o confinamento em si ter sido um fator crucial para as assinaturas serem realizadas, os preços atrativos também ajudaram nessa crescente, não apenas no Brasil – a MPA (Motion Pictures Association) produziu um relatório que mostrou aumento de 26% em assinaturas no mundo, quer dizer, 232 milhões de novos contratos, chegando a um total de 1,1 bilhão de assinaturas em 2020 e uma arrecadação de US$ 14,3 bilhões.
Em 2020, o Instituto QualiBest também perguntou: “qual serviço você pretende adquirir ou já adquiriu para ajudar a passar o tempo em quarentena?”. A resposta de 42% dos entrevistados foi relacionada a aplicativos de vídeo como Netflix, Amazon Prime e Globo Play. O estudo também mostra que serviços de game e música viram seus números crescerem. Clique aqui e veja.
Os serviços de streaming e as classes sociais
Entender exatamente qual é o público que está do outro lado da tela pode ajudar na hora de criar conteúdo e campanha de marketing. A nossa pesquisa mostra, por exemplo, que o streaming predomina nas classes A, B e C – principalmente na B, onde 75% das pessoas entrevistadas pagam pelos serviços (principalmente Netflix) e apenas 44% assinam TV à cabo.
Já a classe A possui uma forte tendência em assinar os dois tipos de serviço, enquanto que a classe C segue com 52% do público consumidor de streaming e 27% de TV à cabo.
TV pelo celular
“A pesquisa aponta para um fenômeno fundamental que estamos vivendo hoje, em que o consumidor está claramente mais disposto a pagar por um serviço de streaming do que por uma assinatura de TV – e por vários motivos: além de serem multitelas, as plataformas oferecem uma flexibilidade de assistir filmes e séries muito maior do que a televisão. Essa é uma vantagem fundamental que elas possuem e que, por isso, devem mantê-las na frente da concorrência por muito tempo”, analisa Daniela Malouf, diretora geral do Instituto QualiBest.
O estudo destaca ainda que 75% dos entrevistados que preferem plataformas de streaming de vídeo o fazem porque podem usá-las em vários dispositivos. Isso sem contar 81% dos respondentes usam o serviço justamente pelo smartphone, onde a TV paga tem pouca penetração. Considerando que o Brasil possui mais de um celular por habitante, essa realidade merece atenção redobradas daqueles que trabalham com a produção audiovisual.
Além disso, as plataformas de streaming parecem estar promovendo transformações significativas no mercado de telas: mais de um terço dos entrevistados (37%) disseram que, embora já tenham assinado canais fechados no passado, não contam com o serviço atualmente – ou seja, resolveram cancelá-lo. Levando em conta aqueles que mantiveram sua assinatura de canais, 24% reduziram o plano que possuíam no último ano.