Uma pesquisa da Agência Virta em parceria com o Instituto QualiBest apontou que homens e mulheres diferem de opinião quando perguntados sobre as características que estão mais presentes quando há mulheres na liderança. Enquanto as mulheres destacam as habilidades de resolver problemas (48%), os homens indicam a boa comunicação que elas possuem (46%). Outras características pontuadas tanto por homens quanto por mulheres foram: empatia (39%), inteligência emocional (27%) e firmeza na tomada das decisões (25%).
Os dados fazem parte do estudo Mulheres na Liderança, realizado entre 28 de fevereiro e 3 de março de 2023, e que contou com a participação de 882 respondentes, sendo 52% homens e 48% mulheres, de todas as regiões do país e pertencentes as classes A, B e C. Entre os respondentes, 22% são gerentes, diretoras ou empresários/empreendedores, não apresentando diferenças entre homens e mulheres.
Quando questionados se os entrevistados acreditam que as mulheres são mais operacionais ou estratégicas no ambiente de trabalho, 22% das mulheres responderam que nenhuma das duas coisas, que essa característica não tem a ver com sexo e sim com personalidade. Já entre os homens esse percentual é maior, chegando a 30%.
Já sobre a principal dificuldade da mulher no mercado de trabalho, as mulheres destacam o descrédito (21%) e a diferença salarial com pessoas com o mesmo cargo (20%).
Já os homens reconhecem mais que as mulheres o preconceito sofrido por elas (26%) no mercado de trabalho. Eles pontuam ainda, a dificuldade de divisão de tempo entre família e trabalho (20%) e assédio (13%).
Segundo Rafaela Frankenthal, CEO da SafeSpace, plataforma de compliance que auxilia empresas a identificar, apurar e resolver problemas de conduta no ambiente de trabalho, o assédio e a discriminação são grandes barreiras na carreira das mulheres. “Além de todos os desafios que fazem parte de uma jornada de crescimento profissional, as mulheres precisam desconstruir estereótipos e vieses conscientes e inconscientes todos os dias. Por isso, é importante construir uma cultura de comunicação ativa e um programa de integridade sólido que permite identificar esses problemas e agir para combatê-los.”, complementa.
Quando perguntados se a pessoa já viveu ou ainda vive alguma dessas dificuldades, as mulheres pontuaram que ainda vivem ou viveram ao menos alguma vez: dificuldade de dividir o tempo entre a vida pessoal e o trabalho (84%), descrédito (77%), diferença salarial com pessoas do mesmo cargo que eu (70%) e assédio (59%). Já entre os homens as principais dificuldades que eles vivem ou viveram foram: divisão de tempo entre a vida pessoal e o trabalho (72%), descrédito (67%), diferença salarial com pessoas do mesmo cargo que eu (59%) e assédio (31%).
Além disso, a pesquisa também pontuou que 56% das entrevistadas mulheres acreditam que as oportunidades para homens e mulheres na empresa onde trabalha são iguais, esse percentual maior entre os homens, chegando a 67%. Nessa questão vale destacar a diferença nas classes sociais.
A percepção de programas de Diversidade e Inclusão nas empresas também é diferente entre homens e mulheres.
Enquanto 45% delas afirmam que a empresa onde trabalham não possui um programa de D&I, entre os homens esse percentual cai para 37%. Além disso, 41% das entrevistadas acreditam que nesse ano as empresas não estão nem mais, nem menos preocupadas com a diversidade de gêneros no ambiente de trabalho. Entre os homens esse percentual é menor, chegando a 32%.
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