Apesar de ser um tema polêmico, o uso do pronome neutro é um agente de inclusão importante. A pesquisa Diversidade e Inclusão, do Instituto Qualibest, mostra que quase metade dos entrevistados (46%) possuem conhecimento desses pronomes e 31% dão importância para eles. A pesquisa ainda aponta que apenas 24% sabe apontar uma marca que trabalhe a questão da diversidade de forma adequada. Para alguns estudiosos do tema, o objetivo do uso do pronome neutro é não limitar o gênero das pessoas com quem se fala e essa comunicação já vem sendo integrada na comunicação de algumas empresas.
Outro ponto de destaque na pesquisa é que os grupos que mais dizem sofrer com discriminações são os mais empáticos aos pronomes neutros. São eles mulheres, pessoas não binárias ou não heterossexuais, pretos e jovens da geração Z.
A pesquisa entrevistou 4 mil pessoas entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, representando diferentes faixas etárias, classes socioeconômicas e regiões do Brasil. Para ter acesso ao e-book completo, clique aqui e faça o download gratuito. Além disso, houve um webinar explicando na íntegra o estudo e na parte final falam sobre o pronome neutro, como você confere no link abaixo.
É interessante observar que o português deriva do latim, que possuía as definições de gênero feminino, masculino e neutro. Porém, quando o idioma foi absorvido e transformado, passou-se a usar o masculino como opção neutra para o português. Mesmo assim, muitos teóricos defendem que essa definição linguística reforça estruturas de gênero e, principalmente, o patriarcado, quando usa por exemplo “engenheiro” para qualquer pessoa que tenha feito engenharia, porém “empregada doméstica”, no feminino, para as pessoas que trabalham cuidando de casas. O debate é extenso e há outros especialistas que defendem ainda que o problema não é a língua em si, mas sim os indivíduos e a maneira como a utilizam.
De qualquer forma, seja qual for o objetivo da sua empresa dentro desse contexto, é preciso um planejamento estratégico e uma revisão interna sobre questões relacionadas ao assunto. É preciso, antes de mais nada, que o posicionamento diário da marca esteja alinhado com essa inclusão – e não apenas a publicidade em si. Consistência nas escolhas realizadas é crucial para que uma campanha flua bem e a meta seja alcançada. Um discurso de inclusão sem coerência pode levar a empresa ao “cancelamento” do público.
– Busque não usar artigos e pronomes determinantes de gênero, como “os clientes”. Prefira somente “clientes”.
– A palavra “pessoas” pode ficar no lugar de substantivos que possam variar de acordo com gênero, como “consumidores/consumidoras”.
– Os grupos de pessoas que possuem o mesmo título também podem ser substituídos de maneira neutra: prefira “a direção” a “os diretores”.
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