O conceito de mobilidade urbana diz respeito as condições que as cidades oferecem a população para garantir sua livre circulação entre diferentes áreas e tem sido um grande desafio na grande maioria das cidades brasileiras que tentam achar uma solução para o crescente número de veículos particulares, que causam um “inchaço” no trânsito e prejudicam  àqueles que precisam se locomover entre diferentes regiões da cidade.

Com o objetivo de tornar mais fácil e ágil a locomoção nas cidades, os aplicativos de mobilidade urbana surgiram e passaram a encurtar distâncias, se tornando uma alternativa de transporte viável, principalmente nas capitais e grandes cidades nas quais as opões públicas se mostram ineficientes.

Nesse artigo do Instituto QualiBest falaremos sobre quais são os principais desafios da mobilidade urbana no Brasil, como a falta de planejamento urbanístico e o sucateamento do transporte público e sobre como o uso de aplicativos tem se inserido nesse cenário e ajudado a população.

Quais são os principais desafios para a mobilidade urbana no Brasil?

Os problemas relacionados a mobilidade urbana no Brasil são históricos e se devem não apenas a precarização do transporte público, mas também ao desenvolvimento urbano nas décadas passadas que priorizaram o uso dos carros nas ruas ao coletivo, favorecendo a população com melhores condições financeiras que se estabeleceram em regiões centralizadas e deixando os residentes de áreas marginalizadas ainda mais afastados dos locais onde os empregos e opções de lazer se encontravam.

Desde a década de 1960 o Brasil optou por ser um país que privilegia a mobilidade por meio do automóvel, o que deu origem ao sucateamento e extinção de alguns modelos de deslocamento público, como os bondes, fazendo com que as vias públicas passassem a ser ocupadas em mais de 90% por automóveis.

Esse background ajuda a entender por que atualmente é inegável a dificuldade encontrada pelos governantes para diminuir os congestionamentos ao longo do dia nos centros urbanos, sendo o resultado de uma série de problemas oriundos das questões anteriores, tais como:

  • A Precarização e a má qualidade do transporte público;
  • A redução de taxas e impostos por parte do Governo Federal sobre alguns produtos, inclusive carros;
  • Um aumento constante na renda média do brasileiro nos últimos anos, que fez com que mais famílias fizessem parte da classe média.

Pode parecer estranho, mas a melhora na renda da população brasileira de classe baixa e média, somados aos incentivos do Governo Federal sobre alguns impostos (como a redução do IPI), sem esquecer claro, da qualidade ruim do transporte público, fizeram com que o número de carros aumentasse consideravelmente.

O fato é que se as medidas públicas para mobilidade continuarem privilegiando o uso de transporte individual, dificilmente esse cenário será alterado. Incentivar o uso de alternativas públicas, como ônibus, metrôs e trens, além do compartilhamento, através de aplicativos de carona, bicicletas e patinetes, ajudam não só a melhorar as condições de locomoção da população, como também a redução de poluentes na atmosfera, que promove a melhora na qualidade de vida nesses locais.

O que a população pensa e sabe sobre o uso de aplicativos de mobilidade urbana?

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest “Mobilidade Urbana” de 2018, que entrevistou 1463 homens e mulheres com mais de 20 anos de todo território nacional, pertencentes as classes ABCD, aproximadamente 57% das pessoas utilizam algum aplicativo de mobilidade urbana, com mais ou menos frequência e dentre aqueles que moram em capitais o número sobe para 77%.

  • 28% utilizam com bastante frequência;
  • 31% utilizam esporadicamente;
  • 41% não utilizam.

Porém, mesmo com uma alta adesão e com uma grande quantidade de aplicativos existentes, o domínio no mercado é exercido por poucos.

  • Uber – a multinacional americana é o app utilizado por 44% dos entrevistados e o preferido de 39% deles e 11% deixaram de usar. Enquanto 4% já ouviram falar, mas nunca usaram e apenas 1% não ouviu falar;
  • 99Pop – principal concorrente da Uber no mercado é o app preferido de 4% dos entrevistados e o utilizado atualmente por 11%. Contudo, 29% dos entrevistados nunca ouviram falar da empresa e 46% já conheciam, porém nunca usaram e 9% deixaram de usar;
  • Cabify – nascida na Espanha, a Cabify é o app utilizado por 5% dos respondentes, sendo considerada a preferida de 3. Enquanto isso, 6% já usaram, mas não usam mais, 40% já ouviram falar, porém nunca usaram e 48% nunca ouviram falar.
  • EasyGo – presente no Brasil desde 2016 a EasyGo ainda é desconhecida para 57% das pessoas. 33% a conhecem, mas nunca utilizaram o serviço, enquanto 6% já usaram em algum momento. Para 3% o app da empresa é o principal e 1% o consideram o favorito;
  • Lady Driver – prometendo inovar, a Lady Driver é um app apenas para mulheres (motoristas e passageiras). Foi lembrado por 24% dos entrevistados que nunca utilizaram o serviço, sendo que 72% nunca ouviram falar, apenas 2% já utilizaram. Ele é o preferido de 1% do total e é utilizado por outros 1%.

Ficou claro que apesar das opções existentes, o mercado é dominado principalmente pela Uber, seduido pela 99Pop e Cabify.

Quais as vantagens do uso de aplicativos de mobilidade urbana?

Se considerarmos os desafios explicitados nos tópicos anteriores não é difícil imaginar que o uso de aplicativos pode trazer muitas vantagens para a mobilidade urbana no Brasil, visto que a ideia é a de oferecer mais opções de deslocamento e por consequência ajudar a desafogar o trânsito nas ruas e a superlotação nos transportes públicos.

Com essa imagem, diversas empresas enxergaram uma ótima oportunidade de investimento no setor, não se restringindo apenas aos aplicativos como, Uber, 99Pop e Cabify, mas também outros exemplos de serviços de carona, em franca ascensão, como a BlablaCar e a WazeCarpool, que oferecem uma modalidade diferente das empresas já existentes.

Porém, ao pensar em mobilidade urbana, a gama de opções pode ir além, incluindo aplicativos de bicicletas e patinetes, por exemplo.

Empresas como o Itaú e o Bradesco enxergaram nesse setor não só a oportunidade de mudar a sua imagem, mas de lucrar e contribuir diretamente com a locomoção da população, seja em momentos de lazer ou como meio de transporte principal.

O Bike Itaú foi o primeiro da categoria a ser utilizado em grandes cidades (chegou em São Paulo em 2012) e consiste em espalhar diversas estações pelas cidades possibilitando a liberação das bicicletas através de aplicativos.  O passe diário custa R$ 8,80, podendo usar quantas vezes quiser, em viagens de até 60 minutos, já o plano mensal é cobrado o valor de R$ 29,90, seguindo a mesma regra das viagens de 60 minutos.

O Bike Bradesco funciona da mesma maneira, porém o serviço é gratuito nos primeiros 30 minutos, após cada meia hora excedida é cobrado a tarifa de R$5,00.

Contudo, essas não são as únicas opções:

  • Yellow – é uma empresa brasileira que deu início as atividades em agosto de 2018 na cidade de São Paulo, com o objetivo de espalhar 20 mil bikes por toda a cidade, a diferença em relação as outras empresas do setor é o fato de não ter um ponto de devolução, o que dá aos usuários maior liberdade no trajeto. O custo é de R$1,00 a cada 15 minutos;
  • Grin – assim como a Yellow a Grin opera desde agosto de 2018, mas ao invés de utilizar bikes a empresa aposta nos patinetes, que podem atingir até 20km/h e possui o mesmo sistema dockless, ou seja, pode ser devolvido em qualquer lugar. Para usar o usuário deve pagar uma taxa única de R$3,00 e depois é cobrado R$0,50 por minuto rodado.

Esses são apenas alguns exemplos de aplicativos que favorecem a mobilidade urbana no Brasil e por causa das facilidades e opções de escolha que eles oferecem aos usuários, aproximadamente 86% das pessoas defendem o seu uso, contra apenas 1% que não apoiam. Mais uma vez entre os moradores das capitais esse número aumenta, 91% são a favor desse tipo de serviço e mesmo dentre os que não utilizam 73% ainda demonstram apoio.

Quais são as oportunidades de negócios possíveis?

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest “Mobilidade Urbana”, aproximadamente 43% das pessoas não utilizam nenhum serviço do gênero, o que demonstra uma grande área para investimento e crescimento por parte das empresas que já estão no setor, bem como as que pretendem investir.

Os aplicativos de mobilidade urbana possuem diversas vantagens a seu favor, como uma média de preço mais atrativa, rapidez no serviço, limpeza e conforto dos carros, comportamento mais adequado dos motoristas (no caso de apps de carona), principalmente em relação aos taxistas. Enquanto os aplicativos de bikes e patinete oferecem uma outra opção de lazer, cobrindo pequenas distâncias mesmo durante o dia a dia comum de trabalho.

No entanto, mesmo que esse mercado pareça saturado, a realidade é bem diferente e muitas opções para conquistar um público maior surgem a todo momento, como é o caso do SmashPoints, um app no qual os usuários compram créditos de deslocamento de empresas de mobilidade urbana parceiras e sempre que o fazem acumulam pontos que podem ser utilizados em novos trechos, incentivando assim, o uso frequente do sistema e dando opções mais baratas ao usuário.

Outras soluções, como pensar em iniciativas que favoreçam o deslocamento de crianças para a escola, por exemplo, já são realidade, como acontece na cidade de Bogotá na Colômbia com o projeto “Al Colegio em Bici” (Para o colégio de bicicleta, em português) que desde 2012 oferece mais de 4,5 mil bicicletas.

Para utilizar o serviço as crianças recebem um treinamento prévio e passam a ir ao colégio em caravanas de 25 pessoas, acompanhadas por 4 instrutores. Isso traz vantagens como diminuir substancialmente o número de carros nas ruas, principalmente em um horário de grande movimento, além de gerar empregos e garantir a segurança dos usuários.

Outro projeto desenvolvido por inciativas independentes é o “Carona a Pé”, utilizado em São Paulo e Belo Horizonte, no qual as crianças são acompanhadas pelos pais ou responsáveis com treinamento prévio no trajeto de casa para escola e vice-versa.

A maior dificuldade é encontrar os caminhos para entender o que motiva esse público e como fazer para convertê-los em potenciais consumidores e para isso nada melhor que investir em uma pesquisa de mercado que seja capaz de traduzir esses anseios em números.

 

Panorama geral do cenário

Todo desafio pode ser a porta para uma nova oportunidade, por isso é importante levar em consideração os problemas típicos da mobilidade urbana no Brasil, como o transporte coletivo ineficiente na maior parte das cidades e o planejamento urbano que privilegia o uso de carros particulares, sem considerar as opções alternativas.

Mas para isso é preciso conhecer o mercado, as principais cidades do Brasil podem até oferecer condições para melhorar o cenário de mobilidade urbana, contudo, entender como o “ecossistema” de cada cidade funciona não é uma tarefa simples e saber como atingir o público de cada local também não.

Nesse sentido o Instituto QualiBest se destaca como uma empresa que está na vanguarda das pesquisas de mercado, capaz de desvendar com exatidão o perfil de diferentes públicos, a fim de tornar as estratégias da sua empresa mais assertivas.

Todos os dados foram extraídos da pesquisa “Mobilidade Urbana” e para ter acesso a esse e outros conteúdos do gênero basta clicar aqui e fazer o download gratuito.